O leitor baiano enlouqueceu hoje cedo.
Olhou as capas dos dois principais jornais do Estado e precisou pensar várias vezes para descobrir se não estava ainda dormindo.
O líder A Tarde (Salvador, BA) cravou que a Ford vai criar mil novos empregos na Bahia.
O concorrente Correio* (Salvador, BA) garante que a montadora gerará 11 mil empregos.
Entre o que A Tarde diz e o que o Correio* garante são 10 mil empregos de diferença!
E aí, como é que fica o leitor?
A leitura atenta das reportagens dos dois jornais revela que mil é o número que Ford anuncia. Entre os novos contratados pela montadora, pelos sistemistas, pelo processo de fabricação de automóveis, a empresa espera abrir mil novos empregos.
Só que a alegria do secretário da Fazenda da Bahia, Carlos Martins, respingou no repórter do Correio*. Afobado, como um tradicional político diante de jornalistas sedentos por notícias, Martins saiu dizendo que serão outros 10 mil postos de trabalho na cadeia produtiva. Como assim? Ele tirou o número da cartola, sem qualquer estudo para embasar a informação.
Nesse caso, faltou à reportagem do jornal baiano o atributo básico da profissão: desconfiar.
A diferença entre 1.000 e 11.000 é bem maior que o algarismo 1.
Ganhou o governo baiano, que passou seu otimismo.
Perdeu o Correio*.
Perderam os leitores.
sábado, 21 de novembro de 2009
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