O
Jornal da Tarde (SP) é dono do maior furo de abril em São Paulo: a retirada do Morumbi como palco para jogos da Copa de 2014.
O repórter Silvio Barsetti, da sucursal do Rio, conseguiu com suas fontes informações que garantem a exclusão do estádio paulistano do Mundial e até anuncia uma visita inesperada do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, a São Paulo na quinta-feira.
Uma bomba contra as pretensões de São Paulo, que pode respingar até na candidatura do ex-governador José Serra ao Planalto.
O
JT acreditou e bancou a informação. Golaço.
Já
O Estado de S. Paulo (SP), separado do Jornal da Tarde por uma tênue fileira de mesas, capitulou. Para o
Estadão a grande notícia do dia é o crédito do Brasil ao Irã.
Na ordem de importância do
Estadão o crescimento projetado da indústria em 26% também vai na frente da exclusão do Morumbi, bem como que o Vaticano quer levar pedófilos à justiça civil e que o governo será parceiro da Oi em banda larga.
Ou seja, notícias
commodity. Notícias que todos têm. Notícias que não interessam ao leitor como o veto ao Morumbi.
Alguém pode imaginar uma Copa no Brasil e a maior cidade do país ficar sem jogos?
O furaço do JT está escondido no final da capa do
Estadão, em corpo minúsculo, para que ninguém veja.
Mas há um detalhe importante: a sucursal do Rio produz matérias para o
Grupo Estado, ou seja, para os dois jornais e para a
Agência Estado. Ou seja, não se tratava de uma exclusiva do
JT.
A sonegação da bomba - esconder a matéria como quem não quer mostrá-la - deve-se apenas à opção editorial.
Bola fora. Pior que errar pênalti aos 45 do segundo tempo.
