Pesquisa eleitoral é algo muito sensível ao leitor. Ele não consegue diferenciar o que é resultado de um instituto contratado e o que é desejo editorial do jornal.
Por isso jornais como O Estado de S. Paulo (SP) informam os resultados das pesquisas sem maiores destaques na capa - e não por falta de interesse editorial. Hoje o empate técnico entre Serra e Russomano em SP daria uma ótima manchete. Mas o risco de o resultado das urnas ser outro e o jornal ficar manchado pela informação que parecerá equivocada recomenda parcimônia.
Não é o caso do Correio* (Salvador, BA). O jornal da família Magalhães rasga em manchete a pesquisa que aponta liderança incontestável do deputado Neto. Só que Neto é acionista do jornal. E levou uma surra nas eleições de 2008, ficando fora até do segundo turno.
Há um risco tremendo de o jornal ter dado uma bola fora. E leitor costuma ter memória.
Essa manchete pode custar alguns milhares de exemplares ao líder baiano, que reconstruiu sua imagem nos últimos quatro anos.
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