O Rio de Janeiro chorou ontem as mortes de 7 passageiros de um ônibus urbano. Uma tragédia, ocorrida no início da tarde, vivida minuto a minuto por rádio, TV e mídias digitais.
Qual a informação desnecessária, fora no contexto, no dia seguinte? Aquela que O Globo (Rio de Janeiro, RJ) escolheu. A notícia commodity, que todos já sabem. Mas como o jornal carioca vende quase 90% de sua circulação para assinantes, desdenha inovações e prefere seguir na zona de conforto.
Só que um jornal lançado há 15 anos pela mesma Infoglobo está dia após dia conquistando leitores que já foram de O Globo. O Extra (Rio de Janeiro, RJ) avança - e muito - na cobertura do acidente. A documentação do ônibus estava vencida. Está na capa, para todos verem - inclusive os primos de O Globo.
Extra, que vende nas bancas 6 exemplares para cada cópia de O Globo, está praticando o jornalismo útil e moderno, enquanto vê o líder marcar passo.
quase todas as apurações levam a conclusão de que o acidente ocorreu por conta de uma briga entre o motorista e o passageiro e não por falha mecânica. faz sentido dar essa informação DESSE TAMANHO? uma coisa é inovar, outra coisa é valorizar uma notícia que, dentro desse caso, não fez diferença.
ResponderExcluirDaigo,
ExcluirHá dois fatos que justificam, sim:
1. A versão da briga entre passageiro e motorista apareceu ontem, 24 horas depois do acidente. O fato de a documentação estar vencida segue valendo, ainda que não tenha sido o motivo do acidente.
2. A discussão aqui no Mídia Mundo é sobre a pegada jornalística de cada veículo. O Globo deu uma informação que TODOS os seus leitores já sabiam. É aquele jornalismo que acha que não existe outra forma de se informar do que o jornal, do tempo em que os jornais eram donos da notícia, ignorando outras mídias mais imediatas. Já o Extra buscou algo novo. O fato de o Extra ter rasgado o documento na capa, bem aí sim podemos discutir. É parte da estratégia popular do jornal, que podemos gostar ou não.
OK?
Abraço!
Tessler,
ExcluirComo você mesmo notou, o que estou discutindo é justamente o tamanho do espaço dado para um dado que, como foi provado posteriormente, não influenciou na queda.
A versão da briga foi noticiado pelo G1 horas após a tragédia através de vários passageiros que estavam no ônibus antes do acidente e daqueles que conseguiram escapar com vida.
O que o jornal quer fazer com isso? Imputar a culpa em alguém que, nesse caso, não teve relação? Isso é muito perigoso, não é inovar.
Acredito, sim, que essa informação devia estar na capa do jornal, mérito para quem conseguiu ir além. Mas não desse tamanho, não com esse destaque. Isso é algo que acrescenta na apuração, mas não o definidor para ocupar uns 70% da página (além do que ficou feio).