Imprima essa Página Mídia Mundo: 2025

terça-feira, 8 de abril de 2025

Impresso é um pôster

 

O real sentido de uma mídia impressa é traduzir uma ideia ao primeiro olhar. Como se fosse um outdoor ou um pôster. 

Encher a primeira página de fotos e informações desencontradas, como um painel que atira para todos os lados, é a maneira antiga de se fazer jornal.

Por isso a capa simples e direta do The Dallas Morning News (Dallas, TX) é um exemplo de como fazer a primeira página sem exageros. Comunicar e ponto.

Ou não faz sentido.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

A capa da semana

 

Não é preciso entender inglês para captar a mensagem do The Economist (Londres, UK).

Simplesmente uma capa perfeita.

quinta-feira, 27 de março de 2025

Como NÃO se faz uma capa

O Diário de S. Paulo (SP), antigo Diário Popular, já foi um ótimo jornal. Foi o primeiro a adotar a "pós-notícia", em uma grande reforma editorial que ocorreu em 2011.

Mas isso ficou no passado. Duas vendas co controle acionário depois, o jornal agora mal serve para embrulhar peixe. Defende uma ideologia abertamente e propõe a "neo-notícia" (factóides fake para um público microscópico que vive na mesma bolha). 

Hoje o DSP consegue a façanha de dar manchete a algo fora de contexto, oferece a segunda chamada a uma "no news" do prefeito de São Paulo (alinhado com a extrema-direita) e fala da notícia que está na manchete de 10 entre 10 impressos no Brasil de uma forma invertida: o protagonismo é do réu, com mais uma bobagem de seu repertório.

É muito triste ver o Diário de S. Paulo assim. Um jornal morto em atividade.

terça-feira, 25 de março de 2025

Publicidade em Digital já é quase o mesmo que em TV no Brasil


Saiu o levantamento que o CENP Meios (Forum de Autorregulação do Mercado Publicitário) elabora todos os anos, com base em informações das agências espalhadas pelo Brasil. A novidade é o crescimento do Digital no bolo: 39,8% do total, chegando perto dos 42,4% do meio Televisão (aberta e por assinatura).

O total do investimento em mídia chegou a R$ 26,3 bilhões no país, dois terços dos quais no mercado nacional.

Display é a forma preferida de publicidade digital (59,4%), enquanto a TV aberta concentra 82,4% de tudo o que se gasta no meio TV.

O relatório completo está no site do CENP.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Gaúchos apaixonados por notícias velhas

 

Os três impressos líderes do Rio Grande do Sul conseguem cometer o mesmo erro. É a escola da notícia velha na capa.

Sábado, o Internacional venceu a primeira final do Gauchão. Vai precisar confirmar no próximo domingo para sair com o título.
O que dizem os impressos hoje, segunda-feira?

Zero Hora (Porto Alegre, RS) diz que foi "uma vitória maiúscula". Sim, verdade. Mas ocorreu há mais de 36 horas!

Correio do Povo (Porto Alegre, RS) fala que o Inter "largou em vantagem". Ah, é mesmo? Pior, o Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) repetiu a mesma notícia velha.

Enfim, um exercício de jornalismo absurdamente arcaico, o que justifica as circulações pífias dos três diários. 



terça-feira, 4 de março de 2025

Impresso gaúcho assume irrelevância e ainda passa recibo

 

Não, não é fake. Nem foi desenhado por um programa de IA de algum concorrente. Essa é realmente a capa do impresso de hoje, terça-feira, do Correio do Povo (Porto Alegre, RS).

A manchete e a foto são perfeitas....caso fosse a edição de segunda-feira. O Oscar "brasileiro", convém lembrar, aconteceu na noite de domingo, poucos minutos antes da meia-noite. Tempo de sobra para entrar na edição de ontem, que preferiu apostar no futebol de sábado...

OK, pode ter sido algum problema industrial. O digital resolve (o próprio site do CP publicou no domingo, 23h58). Então por que dar manchete e foto principal para o anúncio do vencedor 36 horas depois? Por que não ir mais longe, a repercussão, por exemplo? Por que tratar leitores como alienados, que "descobrem" a grande notícia pela capa de terça-feira?

É inacreditável. Correio do Povo deu atestado de irrelevância e ainda passou recibo no dia seguinte.

O Correio já foi um bom jornal.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Impressos de notícias velhas

 


Sim, hoje é segunda-feira, de Carnaval.

Os gaúchos nas praias, festas por todos os lados, calor recorde no Sul, Ainda Estou Aqui ganhou o primeiro Oscar da história do Brasil e mais uma enorme gama de possibilidades editoriais para se montar uma capa de impresso.

Mas Correio do Povo (Porto Alegre, RS) e Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) preferem repetir à exaustão que a final do campeonato de futebol será Gre-Nal - informação que 100% dos torcedores gaúchos souberam sábado, dia das semifinais.

Lamentável.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

O milagre dos números pouco confiáveis

 


Saiu o novo estudo comparativo do Poder 360 (SP) sobre os meios de comunicação do Brasil. Há muito tempo o informativo digital monitora os números do IVC (Instituto Verificador de Circulação) para montar um ranking brasileiro. E, dessa forma, acompanha a queda do impresso e a estagnação digital, de um modo geral.

Bem, agora os números querem mostrar outra coisa. De repente, a alegada circulação impressa de O Estado de S. Paulo (SP) disparou de 56 mil exemplares/dia no fim de 2023 para 131 mil em 2024. Isso seria um caso de congresso internacional, não fosse um pequeno problema: até 2023 os números eram auditados pelo IVC, como toda mídia brasileira. Em 2024 passou a ser pela PwC, uma consultoria contratada pelo próprio Estadão - e sem critérios conhecidos. Assim ficou fácil.

Curiosamente, a Folha de S. Paulo (SP) também trocou o IVC pela PwC e, por coincidência, cresceu também - de 41 mil para 44 mil. Todos os demais impressos brasileiros com mais de 10 mil exemplares/dia caíram, segundo o IVC.

Em um toque de mágica, o Estadão passou a circular três vezes mais que Folha e O Globo (Rio de Janeiro, RJ). Difícil confiar nesses dados.

No mercado digital outro milagre que o Santo PwC provocou em benefício do Estadão. Quase 200 mil novos assinantes em um ano, uma performance digna dos maiores do mundo. Talvez essa mágica seja explicada pelos critérios que guiam as contas do PwC, algo que a Folha utilizou em 2023 - e milagrosamente uma assinatura virou cinco!

Enfim, sem um critério único os números estarão sempre vistos com desconfiança. Fora do IVC as informações fornecidas por Estadão e Folha não têm qualquer valor.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

50 anos de atraso

 

Os anos passam, a teimosia editorial irrelevante de Zero Hora (Porto Alegre, RS), não.

Em pleno 2025, o matutino gaúcho coloca como principal imagem de capa de uma segunda-feira os jogos de futebol disputados no sábado.

É muita preguiça, muito piloto-automático. Não importa se já existe o mundo digital, as redes sociais, a televisão ou o que ocorra domingo. Nada. Nada muda a teoria de que segunda-feira é preciso ter as duas equipes de Porto Alegre na primeira página. Em espaços rigorosamente iguais.

É um exemplo de jornalismo de 1970 em 2025.

Lamentável.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A mesma foto



Hoje estava fácil escolher a foto da capa dos impressos.

Na Espanha, na Itália, nos EUA ou no Brasil.

A mesma imagem do corredor.






terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Como ser diferente


Desta vez foi o Público (Lisboa, Portugal) quem deu-se conta de que todos os impressos de todos os países tinhas as mesmas óbvias imagens da posse de Donald Trump.

A foto inusitada, com o título dúbio, é um achado no mar de mesmices dos jornais do planeta. Falar em "declínio" vendo o novo presidente desde o alto, com uma escada atrás - e uma bandeira gigante.

Bom para pensar.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Palmas para o Extra

 

Em uma época em que a extrema-direita ganha espaço, comunicadores defendem abertamente tortura para criminosos e a segurança é vista como prioridade pela sociedade, é de comemorar a capa do Extra (Rio de Janeiro, RJ). O diário carioca apenas pratica o bom jornalismo. E questiona práticas pouco éticas de quem deseja fazer justiça com as próprias mãos.

É bom lembrar que o Rio de Janeiro elegeu um governador de extrema-direita no primeiro turno. E que a polícia carioca coleciona exemplos de violência e morte a suspeitos. Mesmo assim o Extra questiona - com razão - a sociedade que repete atitudes dos tempos da escravidão.

Certamente o Extra está recebendo hoje uma enxurrada de críticas por redes sociais, de gente que defende essas atrocidades. Não importa. O jornal acertou em cheio ao denunciar a barbárie em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio.

Parabéns, equipe do Extra.

sábado, 4 de janeiro de 2025

150 anos do Estadão

 

São poucos os jornais no Brasil que ultrapassaram os 50 anos de atividade ininterrupta.

Raros são os que cruzaram a barreira dos 100 anos.

Mas chegar aos 150 anos sendo um dos três principais impressos do país é digno de aplausos - apesar de todos os questionamentos.

O Estado de S. Paulo (SP) chega ao sesquicentenário com o oposto do que afirma sua manchete. O futuro não é tão cristalino, como diz a chamada. A circulação do impresso segue em queda livre (pouco mais de 50 mil exemplares por dia e menos de 200 mil assinantes digitais, segundo o IVC Dez/23).

Falta ousadia, falta mais qualidade, falta entender os brasileiros - potenciais leitores.

Enfim, parabéns ao Estadão. E que o presente seja um jornalismo melhor. Mais relevante e necessário.