Saiu o novo estudo comparativo do Poder 360 (SP) sobre os meios de comunicação do Brasil. Há muito tempo o informativo digital monitora os números do IVC (Instituto Verificador de Circulação) para montar um ranking brasileiro. E, dessa forma, acompanha a queda do impresso e a estagnação digital, de um modo geral.
Bem, agora os números querem mostrar outra coisa. De repente, a alegada circulação impressa de O Estado de S. Paulo (SP) disparou de 56 mil exemplares/dia no fim de 2023 para 131 mil em 2024. Isso seria um caso de congresso internacional, não fosse um pequeno problema: até 2023 os números eram auditados pelo IVC, como toda mídia brasileira. Em 2024 passou a ser pela PwC, uma consultoria contratada pelo próprio Estadão - e sem critérios conhecidos. Assim ficou fácil.
Curiosamente, a Folha de S. Paulo (SP) também trocou o IVC pela PwC e, por coincidência, cresceu também - de 41 mil para 44 mil. Todos os demais impressos brasileiros com mais de 10 mil exemplares/dia caíram, segundo o IVC.
Em um toque de mágica, o Estadão passou a circular três vezes mais que Folha e O Globo (Rio de Janeiro, RJ). Difícil confiar nesses dados.
No mercado digital outro milagre que o Santo PwC provocou em benefício do Estadão. Quase 200 mil novos assinantes em um ano, uma performance digna dos maiores do mundo. Talvez essa mágica seja explicada pelos critérios que guiam as contas do PwC, algo que a Folha utilizou em 2023 - e milagrosamente uma assinatura virou cinco!
Enfim, sem um critério único os números estarão sempre vistos com desconfiança. Fora do IVC as informações fornecidas por Estadão e Folha não têm qualquer valor.
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