No tempo em que as notícias só chegavam aos cidadãos pelos jornais, havia uma guerra pelo "furo".
O exclusivo era tudo o que um bom repórter poderia querer.
Esse exclusivo costumava ser um fato que só ele sabia. E o reconhecimento vinha no outro dia, na explosão de vendas de exemplares do seu jornal, para inveja do concorrente.
O tempo foi mudando.
As notícias passaram a vir por rádio. Por TV. Por Internet. Pelo celular.
Os jornais entraram em uma encruzilhada: o que fazer?
Os bons jornais seguiram a busca pelo exclusivo, mas agora em duas frentes: o "furo" e o "dossiê". Ou seja, ou a notícia chega de alguma forma ao jornal, ou o jornal usa sua inteligência para buscar a notícia.
O pequeno The Fayetteville Observer, de Fayetteville (Carolina do Norte), colocou seu editor de temas militares para preparar um dossiê sobre a venda de cigarros a militares nos campos de guerra dos EUA. Ele descobriu, por exemplo, que só em tratamento de moléstias associadas ao cigarro em militares os EUA gastaram US$ 1,6 bilhão no ano passado. E mais US$ 5 bilhões em cuidados com veteranos vítimas de doenças do tabaco. Um furaço!
No Brasil, o jornal O Norte, de João Pessoa, conseguiu imagens incríveis de tortura dentro de um presídio da cidade. Como não podia deixar de ser, com o material na mão o diretor estampou seis fotos (de um vídeo) mostrando a barbárie cometida por policiais militares e por agentes penitenciários.
Outro maravilhoso furo! Daqueles de dar gosto de ser jornalista.
terça-feira, 14 de julho de 2009
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