A Bahia é um dos maiores centros culturais do Brasil. É de onde saíram Jorge Amado, Dorival Caymmi, João Ubaldo Ribeiro, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Glauber Rocha, e é bom parar por aí pois a lista seria enorme.
Curiosamente o índice de leitura de jornais é baixo, bem menor que os vizinhos Pernambuco e Espírito Santo.
Culpa dos leitores? Provavelmente não. Parece ser culpa dos jornais, que teimam em oferecer aquilo que o leitor não está interessado.
Depois do dilúvio, quem pode querer saber que Salvador está em alerta, como escancara A Tarde (Salvador, BA)? A chuva anunciada já veio e se o poder público não se mexeu a tempo é por pura incompetência.
Há um ano e meio o Correio da Bahia virou Correio* (Salvador, BA) e trouxe uma proposta nova, de estar mais próximo ao leitor. Com mensagens simples, mas que provocam, como o SOS de hoje, suas vendas dispararam e hoje o jornal está tocando o ombro de A Tarde. Não será surpresa de houver uma inversão de liderança em breve, talvez antes do fim do ano.
Já Tribuna da Bahia (Salvador, BA) parece não entender a qualidade do material que tem em mãos. A imagem do repórter-fotográfico Romildo de Jesus é, sem dúvidas, a melhor entre os jornais baianos. Lembra as polêmicas campanhas da Benneton. Mas a manchete que acompanha é um eco de release do governo, não interessa a ninguém.
No meio do dilúvio, só o Correio* conseguiu fazem o leitor pensar. Por isso, se a concorrência continuar insistindo nos mesmos erros, a liderança entre os jornais baianos é só questão de tempo.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Caro Tessler, fatos misturados com meias verdades podem confundir, Vamos por partes: os jornais baiano sempre venderam pouco porque eram muito caros - e preço é fundamental. Outro motivo é o baixo poder aquisitivo da população. Do final de 2008 para cá, o Correio, que custava o mesmo preço de A TARDE, diminuiu formato, reduziu a equipe, mudou projeto gráfico e editorial. E reduziu o preço de 1,75 para 1 real. O projeto melhorou muito, mas o aumento das vendas, infelizmente, nào pode ser atribuído só a isso. O grupo a qual ele pertence investiu milhões de reais em publicidade, nesse período, e praticamente entrega o jornal de graça para assinantes. Explico: um assinatura anual, feita em dezembro, custou 312 reais. Quem fez, ganhou oito ingressos para o Festival de Verão, produzido pelo grupo, que custavam R$ 480, além disso oferece o clube do assinante - descontos de até 50% em ingressos para shows, peças, cinemas e em restaurantes para até quatro pessoas. Dá ainda direito do assinante colocar um anúncio, com cinco repetições mensais, gratuitamente. Cálculo por baixo garante R$ 1.500 de benefícios. Operação cara e altamente subsidiada. Vale lembrar ainda que por integrar a rede Bahia, que retransmite a Globo, as inserções na TV e nas rádios do grupo representam custos altíssimos. Quero deixar claro que reconheço a melhoria do Correio, jornalisticamente falando, mas seria simplório demais atribuir o crescimento a isso. Um abraço, bom final de semana e aproveite bem o dia de descanso. Ah, ia esquecendo, sua previsão não é novidade. Jornais que usaram os mesmos recursos passaram os concorrentes em muito mais tempo. O Extra levou quatro meses para ultrapassar O Dia. Já na Bahia, apesar dos gastos, o jornal mais tradicional, mais caro e que investe pouco em publicidade se mantém na liderança.
ResponderExcluirCaro Agá,
ResponderExcluirSugiro antes de tudo que você assuma seu perfil verdadeiro. Custei a acreditar que um líder de redação pudesse manter-se escondido atrás de um pseudônimo para dar opinião, mas vá lá. Você deve saber seus motivos para não assumir seu nome de verdade.
Acho que você tem razão em tudo o que diz sobre campanhas e esforços para o Correio* crescer a circulação. Só que esses mesmos esforços já eram utilizados antes de 2007 e o jornal vendia quase zero.
Ou seja, há um atrativo a mais para alguém decidir comprar o Correio*, algo além do preço ou das entradas ao Festival de Verão.
As capas do jornal da Rede Bahia apelam à venda - e acho que muitas vezes apelam além da conta, é verdade. Mas a direção deve saber o que faz.
O fato de o Correio* ser um berliner/tablóide, com nova lógica editorial, com um design super moderno, full color, tudo isso faz com que o jornal, promovido com os canhões da Rede Bahia, cresça. Junte nisso alguns jornalistas muito competentes, com ótimas ideias, e aí está o sucesso do Correio*.
A Tarde (que você sempre grafa em maiúsculas - e para bom entendedor meia maiúscula basta) é um jornal cuja inércia está permitindo o crescimento da concorrência. A tradição e a momentânea liderança ainda podem salvar o jornal, mas é preciso se mexer.
O que fazer? Antes de tudo fazer uma auto-crítica séria. E escutar a equipe.
Bem,já escrevi muito para um domingo. Como você dise, é dia de estar com a família.
Um acarajé e um abraço!
PS: não vale a comparação Extra-O Dia. Outros mercados, outra proposta editorial.
Caro Dudu, permita-me chamá-lo assim. Fiquei feliz por você começar tratar questão dos jornais com mais detalhes, por seus aspectos mais complexos, que vão além das questões editoriais. Só fiquei um pouco triste por você me atribuir identidade que não tenho. As promoções do Correio*, que antes era Correio da Bahia, realmente existiam, mas não com tanta agressividade, os ingressos eram poucos, os convênios do clube de assinantes eram escassos e não havia classificados grátis. A comparação O Dia-Extra,embora ouro mercado, mostra a força dos canhões turbinadores. E a previsão do Extra (Infoglobo) era passar O Dia em poucos anos, devido à liderança e tradição que o jornal tinha no segmento. Bem, mais uma vez foi um prazer falar contigo. Sobre o acarajé, obrigado pela oferta, mas na minha idade os médicos proíbem fritura. Que sua semana seja coroada de êxitos e não se esqueça de andar agasalhado, pois este ano as temperaturas serão muito baixas no outono e inverno.
ResponderExcluirGostaria que esta análise fosse realizada por um profissional isento e sem ligações com os jornais citados. É importante que os leitores saibam que o autor do post,O Sr. Eduardo Tessler, integrou a equipe da INNOVATION, contratada para o projeto de reformulação do CORREIO DA BAHIA.A mudança no CORREIO é visível e tem atendido as expectativas das classes mais baixas de Salvador e exatamente por isso considero desnecessária este tipo de análise de um profissional com interesses pessoais no sucesso de seu cliente.
ResponderExcluirSergio Sampaio