Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-02-07

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Arruda: o óbvio, o bom e o ruim


Como ser original em um caso como o da prisão do governador Arruda?
Certamente indo além dos fatos.
Muitos jornais brasileiros, de Norte a Sul, deram manchete exatamente igual: Arruda passa o Carnaval na prisão.
Está correto? Sim, mas é pouco para um jornal. É notícia velha. Acrescenta muito pouco. Não vale o investimento na compra de um exemplar.
O Correio Braziliense (Brasília, DF), jornal da cidade do escândalo, vai para não errar, com a ameaça de impeachment também ao vice. Mas não chega a ser original.
O Dia (Rio de Janeiro, RJ) traz o fato ao Rio e fala do risco da Beija-Flor, que tem como tema os 50 anos de Brasília. Ótimo achado. Isso é inteligência jornalística, trazer o fato nacional para o local.
Já a Gazeta do Povo (Curitiba, PR) inventa uma manchete que mais parece muleta. O uso do "agora" não faz nenhum sentido, a menos que a capa já estivesse desenhada e o editor de arte tenha determinado: "duas linhas de 20 toques, por favor".
Mas ficou muito estranho. E o interesse editorial deve esgar acima do interesse estético.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O flagrante, ainda que tardio


Fianlmente apareceu uma imagem exatamente do momento em que a ponte que ruiu no município de Agudo (RS) estava caindo, no mês passado.

Um documento histórico fantástico.

Valeu a capa do Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS).

No Dia D, a ousadia maior


O jornal The Province (Vancouver, Canadá) já disse tudo a respeito dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam hoje na cidade.

Por isso, no dia da abertura, o jornal se transforma em torcida, como os leitores.

E só resta o grito de guerra para o Canadá, sobre a capa branca.

Ótimo.

Arruda foi preso, sim. Mas isso já se sabia

O governador do DF foi preso ontem à tarde.
Sua chegada à sede da Polícia Federal em Brasília abriu os telejornais de Globo, Record, Band e SBT.
A notícia foi capa ontem dos sites UOL, Terra, IG e Globo.com.
Algum leitor de jornal seria surpreendido pela notícia hoje pela manhã?
Difícil, talvez algum eremita.
Então tudo o que um bom jornal NÃO pode publicar é o fato da prisão, sem nenhum passo a mais.
Os jornais de Sul a Norte apenas ecoaram a prisão.
Nenhum fala que ao meio-dia Arruda já poiderá estar livre outra vez.
Nenhum destaca as reações, os "já vai tarde" das ruas de Brasília.
Nem o Correio Braziliense (Brasília, DF).
Um dia triste para o jornalismo brasileiro, na véspera da festa da alegria.







quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um novo assinante para o Estadão


Há uma pessoa querendo assinar O Estado de S. Paulo (SP). O problema é a entrega.

O presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad descobriu que nenhum jornal no mundo dá tanta importância ao Irã como o Estadão.

Pelo terceiro dia consecutivo o Irã é manchete.

Nem Lula, nem Serra, nem Pelé ou o papa conseguem tamanha proeza.

Neve de alegria e de desespero

As nevascas superaram qualquer previsão.
Na Bélgica, elas interromperam estradas (leia-se, abastecimento), como mostra o De Standaard (Bruxelas, Bélgica).
Mas nos Estados Unidos, onde já de falou de todos os problemas provocados pela neve, o The Washington Post (Washington, DC) achou o diferencial: o esporte, a brincadeira, o kite skiing.

Cinco ou 10 milhões?

Se depender da precisão jornalísticas dos diários brasileiros, não se saberá nunca quantas pessoas deixartão de declarar o Imposto de Renda.
Segundo a Folha de S. Paulo (SP), são 5 milhões.
De acordo com O Tempo (Belo Horizonte, MG), são 10 milhões.
Haja imprecisão.

A boa iniciativa de Franca

O jornal Comércio da Franca (Franca, SP) traz hoje um material especial sobre 12 pessoas esquecidas pela cidade, que vivem em esgotos. Sem esperança. Sem conforto. Na companhia, apenas, da droga.

O material é de qualidade, raro em um jornal fora das capitais.

A edição deixou um pouco a desejar, com repetição de fotos entre a capa e a página 5, com a ousadia contida nas páginas internas (bastava quebrar os blocos de texto com imagens em detalhes, frases, qualquer elelemtno que pudesse chamar a atenção).

De qualquer maneira a iniciativa é ótima e merece ser copiada por outros jornais.


Dica do colega Wilson Marini, da APJ.





O Globo, o mais novo perdido no tempo


O Rio de Janeiro foi ontem a segunda cidade mais quente do mundo, segundo institutos meteorológicos.
O Extra (Rio, RJ) aproveita o forno carioca para levar um termômetro à praia - e, pior, este estraga devido ao calor exagerado.
Adivinhe o que O Globo (Rio, RJ) coloca na capa?
Neve! Sim, neve. Os leitores se derretendo no Rio e a neve de Nova York ganha a capa do principal jornal carioca.
Não é possível entender O Globo.
Menos ainda quando se sabe que o Extra pertence à mesma empresa.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sexta começam os Jogos de Inverno


No Brasil os Jogos Olímpicos de Inverno passam sem maiores atenções, mas no Hemisfério Norte é uma febre.

Os jogos deste ano acontecem em Vancouver, Canadá.

E está tudo pronto, segundo o The Vancouver Sun (Vancouver, Canadá).

Capa na medida certa


O contra-luz do primeiro-ministro José Socrates está fantástico.

Uma linda capa do Público (Lisboa, Portugal).

Não há como passar indiferente por ela.

Folha conectou, Estadão segue navegando em lugar nenhum


A praga das ameaças do Irã segue em profunda incubação na imprensa brasileira.
A Folha de S. Paulo (SP) conseguiu sair da fase crítica e hoje enxerga o mundo com os olhos dos leitores.
O Estado de S. Paulo (SP) continua em quarentena.
Pobre leitor.


A maior audiência da TV americana

Para quem ainda não entende a importância do Super Bowl na cultura dos EUA:
* A transmissão de New Orleans x Indianapolis bateu o recorde na TV americana, com 106.480.000 espectadores, superando a marca do último capítulo do seriado MASH, exibido em 1983, que havia atraído 105.970.000 pessoas;
* No tempo de MASH não havia ainda TV a cabo e Internet e havia 83,3 milhões de aparelhos de TV nos EUA. Hoje são 114,9 milhões. Ou seja, o share de MASH ainda é superior ao do Super Bowl.
* A CBS transmitiu MASH e também o Super Bowl.
* No Super Bowl há uma lista de espera de um ano para os anunciantes, que pagam o segundo mais caro da TV dos EUA. As empresas, em geral, guardam anúncios exclusivos para a ocasião, até lançamento de novos produtos;
* A Apple lançou seu primeiro Mac no Super Bowl de 1984, no melhor estilo George Orwell. Veja a seguir:

Dica do meu filho Victor Tessler, um sabe-tudo de séries de TV e de eventos esportivos, com o blog Revista TV Séries.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Duas lições dos EUA


Atenção para o moderno.
Moderno é fazer uma capa gráfica, como o The Virginian-Pilot (Norfolk, VA). Sem fotos, mas se o assunto é o plano emergencial, para que fotos?
Moderno também é dar a informação básica sobre a nevasca e recomendar imediatamente ao leitor uma visita ao site do jornal, como fez o The Washington Post (Washington, DC). Por mais atualizado que esteja o jornal, o site estará mais atual.


Os meninos voltaram a New Orleans


Com um título de Super Bowl debaixo no braço e um trofeu na bagagem, os campeões estão de volta à cidade.

É dia de festa em New Orleans.

É festa nas páginas do The Times-Picayune (New Orleans, LA).

O Irã agora invade São Paulo


O Irã, quem diria, está ganhando as manchetes brasileiras.
Ontem foi em um jornal gaúcho, hoje nos paulistanos.
A pergunta é uma só: e o que interessa as sanções de França e EUA ao Irã para leitores do Brasil? E as chuvas de São Paulo? E a volta às aulas? E o feriadão de Carnaval?
Não, nada disso. Para Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) manchete de verdade é o Irã.
As capas de hoje provam, uma vez mais, como os dois jornalões de São Paulo estão desconectados de seu leitor. Uma distância tão grande que vai ser difícil recuperar o espaço.



Notícia velha não tem mais vez


Qualquer notícia previsível não merece destaque nos jornais do século XXI. Basta um registro. Jamais manchete.

Hoje o Correio de Uberlândia (Uberlândia, MG) traz em manchete a inauguração de um viaduto na cidade. Por mais importante que seja o viaduto, a manchete não pode ser o fato, mas a consequência.

A inauguração estava prevista para ontem. E, conforme a previsão, a inauguração aconteceu.

Logo, não é notícia.

Muito menor manchete.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

E deu New Orleans


Pela primeira vez New Orleans venceu a liga de futebol americano.

O Super Bowl, disputado em Miami, ficou nas mãos da equipe da cidade que há menos de cinco ano foi destruída por um furacão.

Inúmeros jornais americanos dão capa à conquista, mas talvez o jornal local, The Times-Picayune (New Orleans, LA) traduz melhor o sentimento: Amém.

Merecido.

Irã, capital Porto Alegre


Por essa nem os imigrantes iranianos esperavam.

O jornal Correio do Povo (Porto Alegre, RS) deu tanta importância aos alardes do governo iraniano que mereceu sua capa.

Detalhe: foi o único jornal do Brasil a fazer isso. Único da América. Único das Américas.

Será que não havia nada mais interessante para os gaúchos?

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Super Bowl é hoje!


Hoje é grande final do futebol americano.
Indianapolis x New Orleans.
Os jornais das duas cidades desde ontem vibram - e até se parecem.
Amanhã somente um deles estará comemorando, The Indianapolis Star (Indianapolis, IN) ou The Times-Picayune (New Orleans, LA).
Que vença o melhor.

Excelente matéria, excelente edição


O problema é comum no mundo inteiro, a febre por remédios.

O The Virginian-Pilot (Norfolk, VA) trata o problema com seriedade editorial e leveza gráfica.

Um primor, jornalismo em seus melhores dias.

Da série: Só no Brasil


Os jornais do Brasil ainda são muito sem critérios, sem grandes pensamentos, sem que se avalie o próprio produto.

A Gazeta de Alagoas (Maceió, AL), líder no Estado, está todo dividido em cadernos. Estranhamente um caderno chama-se Municípios, outro Cidades.

Como assim? Qual a diferença?

Um fala dos municípios da grande Maceió, o outro do resto do Estado.

Não seria mais lógico chamá-los Maceió e Alagoas?

A pauta do Peru ainda está valendo


A chuvarada que isolou Machu Picchu - e 200 brasileiros - foi muito mal acompanhada pela imprensa brasileira.

Eram tempos de Haiti, Haiti e Haiti.

Agora ninguém mais pode ir até a cidade dos incas, enquanto a estrada de ferro passa por reformas. Mas a chuva segue devastando a região, como mostra o jornal Peru 21 (Lima, Peru).

Pelo jeito não haverá turismo na região de Cusco por um bom tempo.

Arte de luxo mesmo em temas duros


A lição vem do The Fresno Bee (Fresno, CA).

A pauta é sobre desconhecimento médico - entre pacientes. Mas a arte brilhou ao elevar a dúvida à primeira questão.

Mesmo em um assunto duro é possível ser inteligente na arte.