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quinta-feira, 15 de março de 2012

Isso é pouco?

O Rio Grande do Sul derreteu com 10 dias consecutivos de temperaturas acima dos 35 graus Celsius.

Ontem choveu e refrescou.

O Diário de Canoas (Canoas, RS) diz que a chuva traz "só" alívio a canoenses.

Só? Alívio do calor escaldante é pouco?

4 comentários:

  1. Prezado Tessler.

    Como o amigo bem sabe, contextualização é fundamental no jornalismo. Teu comentário sobre o "só" na chamada do Diário de Canoas aparentemente não levou em consideração - ou não a lestes - a linha de apoio que compara a situação na cidade com o "toró" (ainda lembras da expressão?) que caiu sobre Poa, logo ali depois do rio Gravataí, além dos estragos em outras cidades da região. Assim, o "só" realmente pode soar estranho para os desavisados. Além disto, a sequência de capas dos dias anteriores, inclusive com manchete, que falaram do calorão, das expectativas das chuvas, de uma queda da temperatura e até de temporais devastadores, que felizmente não aconteceram, foram "preparando" o leitor do DC para a chamada de hoje. Eles tinham uma contextualização que, acredito, te faltou pois estás sempre envolvido em muitos projetos e não tens a capacidade de acompanhar todos os jornais, todos os dias. Vais no pontual, o que nem sempre espelha o conjunto do trabalho. Já tinha observado isto em outras ocasiões.

    Pelo menos na nossa opinião, o "só" está plenamente justificado. Seriam muitas as opções de chamadas para o assunto, mas esta nos pareceu pertinente.

    Feito o registro, agradeço a tua frequente e generosa observação dos nossos jornais que, como outras fontes com as quais contamos, nos serve para constantes reflexões. Sempre há o que aprender, não é mesmo amigo Tessler? Na criação, meus bons anos de jornalismo ensinaram, e também tive oportunidade de confirmar nas vezes em que pude trocar idéias com os mestres de Navarra, nunca há uma obra completa. Sempre há o que fazer. E estamos fazendo com nosso grupo de trabalho eficiente, experiente e talentoso.

    É muito bom ser relevante a ponto de tomar o teu precioso tempo.

    Abraço,
    Nelson Matzenbacher Ferrão
    Diretor de Conteúdos Editoriais Multimídia do Grupo Sinos

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    1. Caro,

      Sua réplica está registrada.
      Agradeço os elogios. Esse é um site que procura ilhas de bom jornalismo em um oceano de mediocridade.
      Entendo os argumentos, apenas recordo que nem sempre o leitor de ontem é o mesmo de hoje. Ou seja, é preciso - como bem disseste - contextualizar as afirmações, ou muitas vezes elas parecerão perdidas. O "só" em questão, para mim, ficou estranho. Ele passa algo negativo (só isso?), enquanto o alívio do calorão é extremamente positivo.
      Boa sorte e bom trabalho os jornais do Grupo Sinos.
      Abraço e obrigado pela leitura!

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  2. Amigo Tessler,
    Outra vez preciso fazer um registro que considero relevante para a tua apreciação. Há jornais de venda em banca, que atingem públicos diversos, em dias diferentes. Conhecemos vários, não é mesmo? O caso do DC, como também acontece no VS, NH e JG, é diferente. Nossa base de leitores está sustentada, em sua esmagadora maioria, em torno de 85 a 90% de assinantes. Alguns deles fazem assinaturas de 10 anos, podes imaginar? Então, a lógica é um pouco diferente da usada em jornais de venda em banca. Imaginamos que nosso leitor seja uma espécie de "seguidor de novelas e séries de tevê" - a propósito te sugiro Mad Men, se ainda não a vistes -, alguém que nos lê por hábito e com constância. Que toma o café da manhã com seu jornal, entregue na porta da casa, ao lado. Apesar desta, digamos, vantagem competitiva, sempre nos preocuparmos em produzir capas como se fossemos disputar espaços com o Diário Gaúcho, por exemplo. Afinal, todo o peixe que cai na rede é lucro... Assim, um ajuste fino nesta nossa estratégia nunca deve ser descartado e temos consciência disto.
    Um abraço.

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  3. Ainda sigo com a analise de Eduardo Tessler, mesmo que Nelson Ferrão tenha justificado é de se entender ambas às partes. Mas Nelson, o DC atingi a cidade de Canoas com seus 330 mil habitantes ou talvez um pouco mais, em apenas 1%. São pouco mais de 11 mil exemplares. Isso mostra uma minuscula parcela que seguem o DC. Talvez o "Só" ainda ficou fora naquilo que Eduardo traduziu lá no começo dessa página. Difícil hoje ter seguidores (leitores fieis) em grande escala. Prova disso, é jornais como Correio de Gravataí, que diariamente é impresso cinco mil para toda a cidade gravataiense. Diário de Cachoeirinha que circula com três mil e assim vai. Pra finalizar, ficou negativo o "Só".
    Abraço a todos.

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