No jornalismo do Segundo Milênio era comum jornais distribuírem um punhado de cadernos especiais. Qualquer tema, na visão do comercial (à procura de uma capa ou de uma central) e do editorial (sedento pela ilusão de ter um produto com início, meio e fim na mão) virava caderno. Cadernos temáticos fixos (imóveis, automóveis, entretenimento, turismo, etc, etc) e cadernos eventuais (aniversário de uma universidade, de uma cidade, algum tema que permita engrossar os cofres).
O resultado era a circulação de "jornais-cebola", que deveriam ser "descascados", até sobrar apenas o esqueleto principal - minúsculo, por consequência. Hoje isso mudou.
Mas o caderno especial tem, sim, sentido. É uma forma de dar atenção total a algum tema - e permitir a leitura em separado, atemporal, até mesmo favorecer quem pretende guardá-lo como documento histórico.
Por isso acertou hoje O Globo (Rio de Janeiro, RJ) ao produzir um completo caderno de 16 páginas sobre o Mensalão. Já que as penas estão definidas e a primeira parte do julgamento acabou, é muito útil ao leitor um balanço informativo desses quatro meses.
Só não precisava ter colocado o bico de pena do ministro Joaquim Barbosa no alto. O jornal carioca já entrou na campanha para 2014?
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