Imprima essa Página Mídia Mundo: O chefe sempre tem razão

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O chefe sempre tem razão



Uma antiga piada dizia que em uma empresa havia um cartaz com três mandamentos:
1) O chefe sempre tem razão;
2) Quem decide se o chefe tem ou não razão é o chefe;
3) Em caso de dúvida, valem os itens anteriores;

A Venezuela de 2013 está bem parecida com esse cenário, com o agravante que a imprensa não desempenha sua função de fiscalizar e cobrar seriedade dos governantes.

Salvo El Nacional (Caracas, Venezuela), o jornal que sempre posicionou-se contra o Chavismo, há pouca contestação inteligente na imprensa da América Latina, que assiste calada ao primeiro golpe branco do ano.

Quem nomeou todos os membros do Tribunal Superior de Justiça da Venezuela? Sim, ele mesmo, Hugo Chávez. Mas isso não está nos jornais.

Na imprensa venezuelana é nítido o temor, provocado pelas ameaças à liberdade de imprensa. El Universal (Caracas, Venezuela) disfarça com o primeiro plano de um cuturno. Últimas Notícias (Caracas, Venezuela) fala do "trem ministerial". São formas tímidas de manifestar algum descontentamento.

Mas no resto do continente o clima na imprensa é de aceitar as notícias sem discuti-las - um grande erro.

No Granma (Havana, Cuba) até se entende, mas nada justifica o silêncio "sim, senhor" dos demais jornais. ABC Color (Assunção, Paraguai), El Comercio (Lima, Peru), O Globo (Rio de Janeiro, RJ), El Pais (Montevideu, Uruguai), El Tiempo (Bogotá, Colômbia), La Tercera (Santiago, Chile) e Los Tiempos (Cochabamba, Bolívia) estão noticiosos e tímidos demais em um dia chave para a imprensa se manifestar.

Todos dedicam a manchete à Venezuela, mas nenhum vai além do factual.

Perderam a chance.











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