Imprima essa Página Mídia Mundo: Importante, interessante e relevante

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Importante, interessante e relevante


No jornalismo contemporâneo muito se fala sobre o importante, o interessante e o relevante.

O problema é que a maioria dos editores não entende a sutil diferença.

O ministro das Relações Exteriores caiu ontem, depois da confusão na fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil.

É importante?

Sim, trata-se de um caso de diplomacia e provocou a ira da presidente Dilma. E, afinal, é uma troca de ministros.

É o mais importante do dia, para ganhar manchetes?

Depende do perfil do jornal. Para os jornalões O Estado de S. Paulo (SP), Folha de S. Paulo (SP) e O Globo (Rio de Janeiro, RJ) a escolha da manchete se justifica, uma vez que são jornais que circulam na classe política, em Brasília, e assumem a postura "The New York Times Style" de falar do importante da mesma maneira como se falava nos Anos 70. Talvez também para o Correio Braziliense (Brasília, DF). Talvez.

Mas o fato deve ser manchete nos jornais locais também? Só se for para assustar o leitor, para vender menos exemplares. Todos os demais jornais desse post são locais, vivem do conteúdo de suas cidades ou regiões. Será que não há nada mais relevante para os mineiros leitores do Estado de Minas (Belo Horizonte, MG)? Ou para os gaúchos de Zero Hora (Porto Alegre, RS), onde a chuva não para há dias, os rios transbordam e até neve caiu em 25 cidades à noite?

O que há de tão interessante no jogo político que ganhou manchete do Jornal do Commercio (Recife, PE), de O Liberal (Belém, PA), do Diário Catarinense (Florianópolis, SC) e do Correio* (Salvador, BA), jornais que vivem de revelar aos leitores temas locais?

Difícil entender. Provavelmente ainda sobrevivam resquícios de "jornalão" nesses jornais locais. Certamente não ficou claro a eles o que é importante, o que é interessante e o que é relevante.

Esse último, o segredo de todo bom jornal.

















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