A entrevista de Neymar foi o epílogo da crise do futebol brasileiro, que começou no gol de Henry pela França na Copa de 2006 - com Roberto Carlos amarrando a chuteira -, passou pelos gols do holandês Sneijder em 2010 e virou chacota depois da humilhação de terça-feira.
Aliás há um capítulo que a imprensa esqueceu: a semifinal dos Jogos Olímpicos 2008, Brasil 0 x 3 Argentina. Naquele dia a equipe de Dunga levou uma surra que deveria ter servido de alerta. Da equipe que jogou naquele dia apenas Marcelo esteve em campo contra a Alemanha. Hernanes e Jô eram reservas e entraram durante a partida. Na equipe hermana nada menos que oito jogadores daquele 19 de agosto de 2008 podem ser campeões domingo. OITO.
Isso chama-se planejamento, trabalho, estratégia.
Lance (SP) fala hoje em "covardia" e faz o linchamento público da cúpula da CBF. Ontem o jornalista Bob Fernandes pediu a renúncia do presidente da CBF e do presidente eleito. Ou a imprensa segue essa linha de cobrança, ou a Seleção até corre risco de não se classificar para a próxima Copa.
Verdade que ninguém da imprensa disse antes o que todos viam: que a equipe do Brasil não jogou nada nas primeiras cinco partidas do Mundial. A sexta - os 7 a 1 - foi apenas o resumo da ópera. O título da Confederations Cup, ano passado, escondeu a deficiência. Hoje se vê que 3 a 0 sobre a Espanha foi uma exceção.
Os jornais precisam marcar de perto os responsáveis pela desgraça de terça-feira. Ou eles continuarão dando as cartas no futebol brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário