O Ceará é um estado rico, moderno, com uma cultura de vanguarda, mas que demorou a reagir no jornalismo. Enquanto o Sudeste e o Sul avançaram, a Bahia deu alguns passos, Ceará (e também Pernambuco) ficaram atrás na corrida pelo melhor jornalismo, que entende as audiências.
O Povo (Fortaleza, CE) dá a partir de hoje o primeiro passo rumo ao futuro. Abandona, aos domingos, o formato standard e oferece aos leitores um berliner. Algo diferente, mais cômodo. E extremamente bem desenhado.
Curioso é que o movimento é exatamente o contrário do que La Nación (Buenos Aires, Argentina) fez, com tabloide de segunda a sexta e standard no fim de semana - quando o leitor tem mais tempo.
Sabe-se que o concorrente de O Povo, o Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) também ensaia passos para um novo desenho e, talvez, novo formato em breve. O desafio, que não pode ficar de fora, é a estratégia digital. A audiência não se interessa mais por "flip" ou outras copias do modelo de papel na tela. Ser digital exige uma cultura digital, uma prioridade por mídias mais ágeis que o papel.
Sorte a O Povo. Mas ainda é pouco.
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