O que há de comum entre os três jornalões brasileiros, a dois dias das eleições?
Fora algumas opções editoriais, nenhum deles publica santinhos na capa. Há, sim, um espaço para propaganda, limitando à parte baixa em não mais que 25% da altura da capa, mas nem Folha de S. Paulo (SP), nem O Estado de S. Paulo (SP) ou O Globo (Rio de Janeiro, RJ) vendem propaganda política na capa.
Capa é o cartão de visitas, a principal página do jornal impresso.
No Paraná, Santa Catarina e em Minas Gerais aparecem alguns santinhos, mas há regras. O material não pode, de nenhuma maneira, ofuscar o conteúdo editorial.
Assim fazem
O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR),
O Tempo (Belo Horizonte, MG),
Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG) e
Diário Catarinense (Florianópolis, SC). Verdade que o jornal paranaense quase confunde o que é editorial e o que é propaganda política.
Agora comparemos com o escândalo que acontece no Rio Grande do Sul.
Os dois maiores jornais da capital,
Zero Hora (Porto Alegre, RS) e
Correio do Povo (Porto Alegre, RS) esquecem que um impresso é feito para o leitor. E abusam nos santinhos, quase que garantindo a folha de pagamento em dia, ao custo da venda de sua seriedade.
Pior, fazem escola e contaminam com essa política todos os jornais dos gaúchos.
Um horror. Uma tragédia no jornalismo gaúcho.