Na mais vergonhosa atitude de algum membro de governo desde 1941, quando Getúlio Vargas ameaçou apoiar a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, o ilustre desconhecido Secretário da Cultura foi exonerado ontem. Motivo: apologia ao nazismo - crime previsto no código penal brasileiro. Nada mais imoral, mais absurdo - a tal ponto que o escândalo do Secretário de Comunicações (que distribui verbas oficiais para seus clientes privados) caiu no esquecimento.
Hoje era dia para os jornais brasileiros se posicionarem de verdade. Não é simplesmente a queda de um membro do primeiro (ou segundo) escalão, mas o ensaio de um pensamento absolutista, nazista, tirano. Impossível não se pensar que este senhor estava autorizado a dizer as barbaridades que disse, ao som de Wagner.
Os jornalões pegaram muito leve. Só o Correio Braziliense (Brasília, DF) comparou de forma clara o Secretário a Goebbels - ainda assim só no primeiro terço da capa. Folha de S. Paulo (SP) colocou o ministro nazista na capa também, mas quase escondido. O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e O Estado de S. Paulo (SP) foram mais comedidos.
Era dia para dizer que há um limite nos absurdos que ocorrem no Governo. Que ainda há inteligência e respeito na sociedade. E que a mídia - seguindo os desejos do cidadão - vai pegar pesado contra os exageros vindos de Brasília.
Só que a imprensa parece estar com medo. E isso não leva a nada. Talvez à queda de circulação.
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