É impressionante como relevantes impressos brasileiros não souberam solucionar a capa para impactar com os absurdos números de mortos por Covid. A hora é de revolta, é o que se espera de um jornal.
O Estado de S. Paulo (SP) preferiu manter a decisão do STF na manchete. Não conseguiu entender o tamanho da informação que tinha em mãos, que aparece timidamente em uma submanchete. A foto é de um alegre vacinado. Tudo que não deveria ilustrar a capa de hoje.
A Tarde (Salvador, BA) é ainda mais fora do tom, com maior destaque a uma inócua ação rejeitada do presidente. O Popular (Goiânia, GO) fala da fila de leitos, mas nenhuma palavra sobre o recorde. Se fechou mais cedo, deveria ter reaberto, tamanha a relevância da informação. Zero Hora (Porto Alegre, RS), por sua vez, dá o recorde em manchete, mas não muda nada em uma capa planejada. Ou seja, não avança, sequer com um gráfico, prefere uma foto de pouca informação.
O também gaúcho Correio do Povo (Porto Alegre, RS) parece estar em outro mundo. Ou dá chances a que se suspeite que há maracutaia na escolha da manchete. Uma promessa do Presidente - entre outras tantas - não pode ganhar espaço nobre. É uma bofetada no leitor. Como também parece inacreditável o Correio* (Salvador, BA) comemorar 1 milhão de vacinados em dia de mais de 3 mil mortos. Não combina. Assim como O Tempo (Belo Horizonte, MG), que escolhe o pior dia do ano para promover a campanha pela vacinação, que sequer foi lançada ontem.
Para todos os que ficaram devendo, uma dica: o Brasil ultrapassou a nada invejável marca de 300 mil mortos por Covid-19. É hora de marcar presença e posição na capa de amanhã.
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