O Rio Grande do Sul sempre foi um celeiro de excelentes jornalistas. Gaúchos são ainda disputados por veículos de outros estados, pela forma de trabalhar, inteligência e criatividade.
Lamentavelmente, o mesmo não se pode dizer dos meios de comunicação do Sul. Ainda resiste um absurdo vício de sonegar informações à audiência, caso a notícia exclusiva não tenha sido divulgada antes pelo próprio meio. Em outras palavras, se "levar um furo", melhor esquecer. A informação simplesmente não vai existir.
Ontem o site Matinal Jornalismo (Porto Alegre, RS) publicou, pelas 17h, a mais importante denúncia do mês: experimentos não autorizados com doentes de Covid no Hospital da Brigada Militar, utilizando drogas que sequer têm liberação de entrada no País. Um escândalo.
A notícia repercutiu em todo o Brasil - exceto no Rio Grande. Horas depois, O Globo (Rio de Janeiro, RJ) publicou que o Ministério Público está investigando essas experiências proibidas. Ou seja, já há consequências. São, pelo menos, 50 pacientes que receberam a droga proibida.
Mas Zero Hora (Porto Alegre, RS) e Correio do Povo (Porto Alegre, RS) se calaram. Nem publicaram em seus meios digitais - até agora. Nem uma linha. Nada. Pelo menos dois repórteres de tais veículos divulgaram em suas contas de Twitter a reportagem do Matinal. Só que as marcas históricas, frente a um furaço, preferiram ignorar a informação.
Quem perde é a audiência. Infelizmente.
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