Imprima essa Página Mídia Mundo: O Estadão não mudou mudando

domingo, 17 de outubro de 2021

O Estadão não mudou mudando


E enfim o primeiro jornalão rendeu-se ao formato compacto, preferido por 9 entre 10 leitores remanescentes de impressos. O Estado de S. Paulo (SP) chegou aos assinantes com 13 centímetros a menos de altura e faltando uma coluna na largura. Não chega a ser uma enorme mudança, mas para um diário centenário, conservador, com modelo de negócios ainda muito dependente do papel, já é um avanço.

A redução no tamanho não trouxe um novo modelo gráfico, mas uma adaptação do anterior - o que é um risco. Só que ele está bem concebido. Deve funcionar. O jornal parece mais leve, com mais respiro, e será fundamental resistir à tentação de colocar mais e mais conteúdos nos espaços em branco.

A fórmula Estadão continua intacta: Opinião no início, um grande número de editorias e a opção por 3 cadernos diários (mais dois semanais). Possivelmente essa será a primeira armadilha a ser desfeita, nas futuras revisões: cadernos não combinam com formatos compactos. A ideia de que um mesmo impresso é lido ao mesmo tempo por vários membros de uma mesma família não faz qualquer sentido. E as negociações com anunciantes acabam dinamitando as ideias de cadernos.

O Estadão acerta em adotar uma reportagem "a fundo" todos os dias, bem como faz uma boa aposta com a matéria "fora dos padrões" no fechamento do primeiro caderno. Pode dar certo, depende apenas da capacidade editorial de fazer essa reportagem ser interessante sempre.

A redução do tamanho de O Estado de S. Paulo é uma boa - e inevitável - notícia no mundo dos impressos. O movimento ainda foi tímido, poderia ser bem mais ousado, mas é um primeiro passo para a sobrevivência dos impressos.


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