Imprima essa Página Mídia Mundo: 2021-06-20

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Circulação de impressos em queda livre no Brasil


Não chega a ser novidade, mas os números mostram que a crise dos impressos no Brasil parece não ter fim.

Levantamento do Poder360 (Brasília, DF), com dados do IVC, revela que só nos primeiros cinco meses do ano a queda foi de 12,21% - considerando apenas 10 jornais - líderes - de SP, RJ, MG, RS, BA e CE.

O crescimento de assinaturas digitais, no mesmo período, foi de apenas 3,3% considerando as mesmas 10 marcas - e por um valor sensivelmente menor do que uma assinatura de impresso.

Quando a leitura se dá pela soma impresso+digital, nota-se uma queda total de 1,46% no mesmo grupo de veículos.

Chama a atenção que o impresso mais vendido do Brasil é O Estado de S. Paulo (SP), com apenas 76.416 exemplares por dia (metade do que tinha em 2015). O popular Super Notícia (Belo Horizonte, MG) despenca a 70.752 exemplares/dia (um terço do que aparecia há cinco anos), mesma performance de Zero Hora (Porto Alegre, RS) e de A Tarde (Salvador, BA).    

Muito consistente, no entanto, o crescimento digital de O Globo (Rio de Janeiro, RJ), Folha de S. Paulo (SP) e Valor Econômico (SP) - veículos que investem na estratégia digital.

Mas o quadro geral é preocupante.

PS: os gráficos são do Poder360


 

A foto que conta a história


Não é preciso grandes textos, gigantescas legendas. A foto de capa do Miami Herald (Miami, FL) não deixa qualquer dúvida sobre o que foi o desabamento do prédio na cidade, ontem - notícia que todos, obviamente, já sabiam antes da chegada do impresso hoje.

O segredo é que junto com a caliça, o concreto pendurado, estão objetos do dia a dia de qualquer pessoa: cadeira, cama, armário. Aí o impacto é impressionante.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Líderes regionais perderam o rumo


Os líderes regionais não estão escutando as mensagens da audiência. Perdem assinantes, perdem relevância e insistem em seguir o clichê.

Ou como explicar foto de um jogo inexpressivo da Seleção Brasileira nas capas de Zero Hora (Porto Alegre, RS), O Tempo (Belo Horizonte, MG) e Correio do Povo (Porto Alegre, RS)?

Além das dramáticas situações causadas pelo Covid-19 - cujos números de contaminação bateram novos recordes - a queda do ministro do Meio Ambiente e o maior escândalo de corrupção dessa gestão no Governo Federal têm muito maior apelo do que Neymar & Cia. E ainda tem a disputa por vacinas, a crise energética, os problemas de cada cidade, cada Estado.

É lamentável assistir essa desconexão do meio com seu público. Um caminho para o abismo.



 

O valor do impresso


O impresso precisa trazer valor agregado à informação. Ou será totalmente descartável.

Hoje O Estado de S. Paulo (SP) e O Globo (Rio de Janeiro, RJ) conseguem avançar - e não se limitam à notícia.

A troca de mensagens que aparece na capa do Estadão é a prova de que os avisos sobre o escândalo Covaxin foram dados. E a foto de O Globo, do servidor com o presidente, indica alguma proximidade.

Esse é o jornalismo que os impressos precisam perseguir.

 

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Desconexão entre impressos regionais e leitores


É muito curioso o comportamento dos impressos nessa segunda-feira, logo depois do país alcançar a nada invejável marca dos 500 mil mortos por Covid-19.

O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e O Dia (Rio de Janeiro, RJ) souberam dar a dimensão necessária à barbárie. Ainda que de tão grave, o fato mereceria um editorial na capa. No mínimo.

Mas chama a atenção o desprezo que líderes regionais adotaram com o triste fato. Sem edição aos domingos, eles quase ignoraram os 500 mil nas capas de hoje.

Zero Hora (Porto Alegre, RS) dá manchete de votação na Câmara e foto gigante de um jogo de futebol. O Popular (Goiânia, GO) ignora por completo os 500 mil mortos. E O Tempo (Belo Horizonte, MG) pelo menos publica a foto das 500 mil rosas em Copacabana. 

Os impressos mostram-se completamente fora da realidade de seus leitores.




Capas pouco surpreendentes no domingo


Nenhum impresso brasileiro conseguiu pensar em uma capa de domingo que transmitisse ao leitor o impacto das 500 mil mortes por Covid. A Folha de S. Paulo (SP) chegou perto, O Estado de S. Paulo (SP) utilizou-se de gráficos, O Globo (Rio de Janeiro, RJ) trabalhou frases irresponsáveis do maior responsável pela matança.

Mas faltou o grande exemplo, a capa para o futuro.

Pena, já que houve tempo de sobra para o planejamento.