Há uma revolução marcada para hoje.
Às 11h, hora de São Francisco (California), o todo-poderoso Steve Jobs vai anunciar o que se especula ser o mais impressionante computador portátil da história. Leve, livre e solto.
O
iSlate, da
Apple, é mais esperado que o
iPhone, o telefone preferido dos jovens, que provocou filas nas
Apple Stores pelo mundo. Será mais surpreendente que o
iPod, que permitiu ao usuário decidir pela sua própria música.
Pois mesmo com toda a expectativa anunciada, a esmagadora maioria dos jornais ignoraram o lançamento que vai revolucionar a mídia e o mundo das comunicações.
Mesmo o
San Jose Mercury News (San Jose, CA), ligadíssimo em novidades tecnológicas, dedicou pouco espaço. No Brasil quem melhor soube prestar atenção à novidade foi o
Diário Catarinense (Florianópolis, SC), com uma chamada segundária na capa. No mundo, o
Tampa Bay Times (Tampa, FL), sintonizado com leitores jovens, conseguiu traduzir a expectativa na capa.
O pior do Brasil acabou sendo a
Folha de S. Paulo (SP), que diz sempre estar conectada com os novos leitores. Que conectada, que nada.
A
Folha conseguiu cometer o absurdo de seguir o piloto-automático em vôo em direção a uma montanha. Publica hoje um caderno de Informática em que o maior destaque é...problemas com o Internet Explorer.
A revolução acontece com hora marcada, para facilitar a vida da imprensa, e o maior jornal brasileiro fala de um navegador!
Decisões editoriais como essa decretam a morte de um jornal. Os brasileiros, em geral, estão muito mal. A
Folha de S. Paulo acaba de entrar na UTI.