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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Tragédia de Gênova - A imprensa italiana



Uma ponte, uma das tantas da estrada entre o aeroporto de Gênova e a cidade, desabou ontem, deixando, pelo menos, 39 mortos. As causas ainda são desconhecidas, mas tudo leva a crer que a falta de manutenção - de responsabilidade da concessionária, que cobra pedágio para isso  - tenha sido o principal fator.

O país está indignado, a imprensa também, mas os jornais generalistas ainda têm dificuldades em acusar alguém. Já a engajada imprensa política não poupa acusações.

Il Secolo XIX (Gênova, Itália) é bastante moderado nas críticas - fala apenas dos "trabalhos infinitos".










La Repubblica (Roma, Itália) e La Stampa (Turim, Itália), dois dos principais jornais do país, medem palavras. O primeiro compara com o tempo da guerra, quando a cidade estava dividida. O segundo é apenas informativo, sem acrescentar valor.














Il Manifesto
(Roma, Itália), jornal da esquerda, não poupa adjetivos: "O Monstro de Gênova". Já Il Dubbio (Roma, Itália), jornal da comunidade jurídica, prefere a pergunta: "Era possível evitar?"













Il Giornale
(Milão, Itália), meio da direita italiana, crava: Nós sabemos que foi. Enquanto Il Fatto Quotidiano (Milão, Itália), crítico como sempre, é irônico ao dizer que o "monitoramento constante matou 26" embora pela manhã esse número já havia chegado a 39 - e fontes garantem que são 45 os mortos.
















Il Mattino
(Nápoles, Itália), indignado, fala em "absurdo", enquanto Il Tempo (Roma, Itália) prefere "vergonha".












O recente La Verità (Milão, Itália), identificado com a direita italiana, é definitivo: "Não falem de fatalidade", ou seja, está bastante claro que identificam os potenciais responsáveis. La Notizia (Roma, Itália), pequeno veículo de opinião, afirma que se trata de uma "tragédia anunciada". E Libero (Milão, Itália) diz que "assassinaram Gênova".


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A pressa é inimiga dos incompetentes


A morte de Nelson Mandela se transformou em uma corrida dos sites informativos no mundo inteiro. Todos queriam publicar antes.

O site de Il Giornale (Milão, Itália) quis dar um "algo a mais" e se quebrou.

De mártir dos direitos humanos, Mandela virou pai do Apartheid.

A incompetência também se vê na Itália

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Símbolo do terremoto é o relógio quebrado


 Já está escolhido pelos jornais italianos o símbolo do terremoto que devastou um pedaço do Norte do país e matou 7 pessoas: o relógio quebrado da igreja.

Ele está na capa do Corriere della Sera (Milão, Itália), La Repubblica (Roma, Itália), Il Messaggero (Roma, Itália), La Stampa (Turim, Itália) e Il Giornale (Milão, Itália).

Dessa vez as pessoas - a população que sofreu o abalo - não apareceram nas fotos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Os italianos e o "capo"

O primeiro-minstro da Itália Silvio Berlusconi anunciou ontem que renunciará em breve.
Os três principais jornais parecem ter combinado a leitura.
La Repubblica (Roma, Itália), Corriere della Sera (Milão, Itália) e La Stampa (Turim, Itália) são factuais, factuais e factuais.
O jornal da direita Secolo D'Italia (Roma, Itália) faz uma defesa dos parlamentares que optaram pelo voto de confiança a Berlusconi. "Eu não traí", diz a manchete forte, com a lista de quem votou com o "capo".
E mesmo o jornal que pertence ao grupo econômico de Berlusconi, Il Giornale (Milão, Itália), tenta ser ameno, mas não resiste às fotos dos parlamentares que mudaram o voto desde a última confirmação do premiê e ataca: "Os Judas que apunhalaram o governo".
Ou seja, é permitido tomar partido, ter opinião. Curioso é que os grandes jornais do país não fizeram isso, mesmo que a demissão de Berlusconi tenha sido comemorada na grande maioria dos lares italianos.


sábado, 26 de junho de 2010

Sarcasmo italiano


Está certo que a Seleção Italiana se deu mal na África do Sul, mas Il Giornale (Milão, Itália) exagerou na charge.


Caixões em campo é pegar pesado demais.


Dica de Grasiela Duarte