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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sem saber o que fazer com a informação


Estatísticas de violência costumam emplacar nas capas de jornais que não gostam de apurar - preferem esperar pelas informações que chegam "de mão beijada".

Folha de Londrina (Londrina, PR) e Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB) deram manchete a essas estatísticas. E nenhum deles soube tratar o tema como merece.

Duas cidades paranaenses entre as mais violentas. Isso é muito ou pouco? Como o jornal vai cobrar para melhorar o quadro? Tamarana (grande Londrina) é uma das duas. O jornal foi até lá fazer o Raio-X da situação?

E a Paraíba, que tem seis cidades entre as 100 mais violentas? Em Santa Rita a situação é preocupante (diz a linha fina). Por que? O jornal foi até lá? Disse como a cidade se prepara para a mudança? E a comparação com o ano anterior (redução de 6,2%) significa que as coisas estão melhorando? Se é assim, merece todo esse alarme na capa?

Definitivamente, alguns jornais não se dão conta do que têm em mãos. Falta, como diria Elio Gaspari, "complicar a pauta".

Cheese-Capa


Quem sabe, sabe.

No Las Vegas Sun (Las Vegas, NV) a ilustração de capa é um cheeseburger.

Se até o fim da década algum jornal brasileiro publicar algo parecido terá sido um milagre.

Deve ser por publicar "absurdos" como esse que o Sun vende 170 mil exemplares por dia e é um dos maiores colecionadores de prêmio jornalísticos dos EUA.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O quase bom e o quase ótimo


Duas pautas excelentes que só dependeram da observação jornalística.

O Popular (Goiânia, GO) apenas fez as contas e chegou ao assombroso número de 80 homicídios em junho. Recorde. Perfeito. Mas tamanha informação relevante merecia maior cuidado gráfico. Ficou quase bom, faltou capricho gráfico.

A Gazeta (Vitória, ES) também criou uma pauta-bandeira do dia e decidiu cobrar da presidente, que chega em visita ao Estado. Muito bom. Para ser ótimo - e virar pôster nas mãos dos leitores - faltou limpar um pouco a área de capa, diminuir a concorrência com outros temas, e escancarar as obras prometidas.

Mas valeu!

O coração em todos os jornais


Só se fala no coração de Di María na Argentina.

O gol no final da prorrogação fez com que a imprensa "hermana" virasse monotemática hoje.


terça-feira, 1 de julho de 2014

Edição de capa precisa respeitar princípios


Os mosaicos estão nas capas dos jornais gaúchos. Só que o do Metro (Porto Alegre, RS) funciona, o de Zero Hora (Porto Alegre, RS) não.

Por que?

Simples. Metro aposta em uma foto que, por si só, conta uma história. E respeita as outras, com cortes que respeitam as imagens e não brigam entre si.

ZH trabalha bem as fotos secundárias, mas erra redondamente ao dar pesos iguais às duas fotos principais. A multidão na rua não pode ter o mesmo destaque de uma imagem de grande angular dentro do estádio. Elas não se casam. O efeito nas bancas é que a multidão está caminhando para o grande buraco. Não funcionou.

Jornalismo de boas histórias


Quem é o grande destaque da Copa até agora?

Fácil, o colombiano James Rodríguez, 5 gols até agora - um deles o gol mais bonito do Mundial - e adversário do Brasil sexta-feira.

A Tribuna (Vitória, ES) descobriu a história de Dona Gê, a simpática senhora que trabalhou na casa de James em Portugal (o craque colombiano jogou no Porto).

Histórias como essa emocionam e mostram um outro lado da Copa. Trazem a realidade de fora até a cidade.

Um golaço de A Tribuna, que certamente terá repercussões em outros meios.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Em que século vive esse jornal?


O jornal Pioneiro (Caxias do Sul, RS) não circula aos domingos. Isso é uma decisão da empresa, não dos leitores.

Só que os leitores estão sendo "punidos" pela lógica de circulação desse jornal: na edição de segunda-feira vem a cobertura de um jogo de SÁBADO, como se tivesse ocorrido no domingo.

O Brasil inteiro - Caxias do Sul inclusive - assistiu ao vivo  à vitória nos pênaltis do Brasil. TV aberta. Quem não pode ver no sábado, pode conferir nos inúmeros telejornais de sábado e nas repetições de domingo. E na Internet, em qualquer horário.

Como um jornal que cobra R$ 1,50 por um exemplar tem a petulância de dedicar hoje capa monotemática à vitória do Brasil de anteontem?

Não tem explicação. Entra para a lista dos jornais que ainda não se deram conta que circulam no Século XXI. O calendário de parede do Pioneiro está parado em 1970.