Uma ponte, uma das tantas da estrada entre o aeroporto de Gênova e a cidade, desabou ontem, deixando, pelo menos, 39 mortos. As causas ainda são desconhecidas, mas tudo leva a crer que a falta de manutenção - de responsabilidade da concessionária, que cobra pedágio para isso - tenha sido o principal fator.
O país está indignado, a imprensa também, mas os jornais generalistas ainda têm dificuldades em acusar alguém. Já a engajada imprensa política não poupa acusações.
Il Secolo XIX (Gênova, Itália) é bastante moderado nas críticas - fala apenas dos "trabalhos infinitos".
La Repubblica (Roma, Itália) e
La Stampa (Turim, Itália), dois dos principais jornais do país, medem palavras. O primeiro compara com o tempo da guerra, quando a cidade estava dividida. O segundo é apenas informativo, sem acrescentar valor.
Il Manifesto (Roma, Itália), jornal da esquerda, não poupa adjetivos: "O Monstro de Gênova". Já
Il Dubbio (Roma, Itália), jornal da comunidade jurídica, prefere a pergunta: "Era possível evitar?"
Il Giornale (Milão, Itália), meio da direita italiana, crava: Nós sabemos que foi. Enquanto
Il Fatto Quotidiano (Milão, Itália), crítico como sempre, é irônico ao dizer que o "monitoramento constante matou 26" embora pela manhã esse número já havia chegado a 39 - e fontes garantem que são 45 os mortos.
Il Mattino (Nápoles, Itália), indignado, fala em "absurdo", enquanto
Il Tempo (Roma, Itália) prefere "vergonha".
O recente
La Verità (Milão, Itália), identificado com a direita italiana, é definitivo: "Não falem de fatalidade", ou seja, está bastante claro que identificam os potenciais responsáveis.
La Notizia (Roma, Itália), pequeno veículo de opinião, afirma que se trata de uma "tragédia anunciada".
E Libero (Milão, Itália) diz que "assassinaram Gênova".