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quinta-feira, 9 de maio de 2024

É preciso achar os responsáveis, sim!


A tragédia que destruiu o Rio Grande do Sul tem culpados, com nome, sobrenome e CPF. A missão do bom jornalismo é achar os responsáveis - e exigir justiça pelas mais de 100 mortes e destruição das cidades.

A imprensa está pegando leve, fazendo um excelente trabalho de noticiar os fatos, mas pecando ao seguir os pedidos do governador do Estado e do prefeito da capital de não buscar responsáveis agora.

Enfim o La Nación (Buenos Aires, Argentina) foi muito claro - algo que o jornalismo do Brasil está deixando passar - ao afirmar na capa que a tragédia é consequência das mudanças climáticas. O Globo (Rio de Janeiro, RJ) compara também o Antes e o Depois de uma área de Porto Alegre, mas não busca os culpados.

Quem não investiu em prevenção de cheias é culpado (prefeitos). Quem desdenhou de programas para controle de barragens é culpado (governadores). Quem incentivou o desmatamento é culpado (presidentes). Temos elementos para ótimas matérias. Só é preciso querer apurar, como fez o meio local Matinal Jornalismo (Porto Alegre, RS).

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Grandes fotos e algumas boas capas no RS das chuvas


A tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul é uma situação extrema para a população gaúcha. E é em situações extremas que o bom jornalismo se destaca.

Não é por falta de grandes fotos que os impressos do RS deixaram de brilhar. Em todos há ótimas imagens. A sabedoria editorial é o que fazer com essas fotos, como passar ao leitor a emoção captada pelos repórteres-fotográficos. 

Lição 1 - Não faça a manchete e o texto entrarem "de qualquer maneira". A aplicação das palavras na capa de Zero Hora (Porto Alegre, RS) "sujou" a foto, chega a causar estranheza as palavras sobre uma árvore. Não faz sentido.
Lição 2 - Se há uma ótima foto, não divida atenções com imagens menores e sem sentido, como fez o Jornal ABC (Novo Hamburgo, RS). Mostrar o governador do Estado sentado em uma mesa só interessa ao próprio governador do Estado e à sua equipe. 
Lição 3 - Olhe bem antes de publicar. A idéia do Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) até foi boa, mas faltou o último olhar. O texto aplicado sobre o "buraco" da estrada interrompida tirou atenção da tragédia. Como a foto não mostra o outro lado da estrada, perdeu-se a perspectiva. E o texto prejudica o entendimento da imagem.

Brilhou o Correio do Povo (Porto Alegre, RS), pena que não há identificação do autor da foto.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Impressos gaúchos estão ainda no século passado

 


O tempo passa, o jornalismo muda, o mundo digital altera os hábitos, tudo fica diferente, exceto os impressos da RBS (Porto Alegre, RS), que teimam em sair às ruas como se estivessem ainda em 1994.

Qual o sentido de "informar" Derrota Colorada e Vitória Tricolor, sobre jogos ocorridos sábado e na tarde de ontem, como fez o Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS)?

Como um jornal considerado sério, como Zero Hora (Porto Alegre, RS) comete o absurdo de seguir a cartilha dos espaços idênticos para os clubes da capital - mesmo que um tenha atuado sábado e o outro domingo - e ainda querer surpreender algum leitor com "Segunda Vitória" ou "Primeira Derrota"?

Seria aconselhável a quem decide por tamanha aberração entender que:
1. Um fato de sábado não pode estar na capa de segunda-feira, 48 horas depois. Isso é subestimar a capacidade de um leitor conhecer os fatos por outros meios;
2. Se o canal de TV aberta do próprio grupo transmite uma partida no domingo, o leitor já sabe quando foi. Ou seja, busque algo diferente, exclusivo, se há desejo de publicar na capa - o que é altamente discutível;
3. O mundo digital existe. As informações circular por vias muito mais rápidas que o impresso;
4. Ignorar os hábitos dos leitores significa cavar a sepultura do próprio meio;

Não é muito difícil entender os motivos que fizeram os impressos do RS caírem em circulação até abaixo de 35 mil exemplares/dia (IVC/DEZ23).

Lamentável.

sábado, 20 de abril de 2024

O impresso ainda tem muito valor

 

A caneta Pentonic soube aproveitar muito bem a oportunidade que a capa do jornal The Times of India (Nova Delhi, Índia) proporciona.

Uma meia capa que mudou a leitura do logo.

Genial.

Sem dúvidas, o impresso ainda permite mensagens que valem a pena o investimento.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

De novo o Correio* acerta em cheio


Quando a redação tem em mãos uma foto sensacional, que conta alguma história, é hora de valorizá-la.

Foi assim com o Correio* (Salvador, BA) e essa linda imagem do repórter-fotográfico Arisson Marinho. É a típica foto que derruba todas as demais chamadas da capa. Não há nada mais importante. E se está contando uma história, nada melhor do que abri-la, fazer uma capa monotemática.

Os impressos ainda têm muito medo de apostar em algumas informações. Querem ser uma vitrine de varejo, com inúmeras ofertas, quando o novo papel do impresso é ser boutique: só as melhores.

Acertou o Correio*.

terça-feira, 9 de abril de 2024

A melhor capa de eclipse


Por que The Dallas Morning News (Dallas, TX) apresentou a melhor primeira página de impresso no dia seguinte ao eclipse que mexeu com os Estados Unidos, Canadá e México?

Simples, porque trabalhou um símbolo local na mesma imagem. A foto do sol e da lua, todos têm igual. Mas só o DMN mostra como o fenômeno natural se integra com a realidade local.

Isso é criatividade, inteligência e uma boa dose de planejamento.

Arrasou.

domingo, 7 de abril de 2024

Mexer no logo foi a diferença fundamental


Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) fez a melhor capa impressa sobre a morte do gênio Ziraldo - outro mineiro.

Não apenas pela frase, pelo texto curto, pelo Menino Maluquinho chorando: o principal foi redesenhar o logo com o estilo (fonte) que o artista mandava em seus livros.

Brilhante, excelente!

Mexer no logo não é decisão fácil, os acionistas odeiam. Mas desde que o Google lançou o Doodle (alterações constantes no logo), esse dogma vem caindo.

O EM acertou.